Conselho de Administração do FMI Conclui a Quinta Análise ao Abrigo do Acordo ECF com a Guiné-Bissau, Aprova um Desembolso de USD 4,3 milhões, Alarga o Acesso e Estende o Acordo

1 de junho de 2018

Em 1 de junho de 2018, o Conselho de Administração do Fundo Monetário Internacional (FMI) concluiu a quinta avaliação do desempenho da Guiné-Bissau ao abrigo de um programa económico apoiado por um acordo de Facilidade de Crédito Alargado (ECF). A conclusão da análise permite a libertação de DSE 3,03 milhões (cerca de USD 4,3 milhões), ascendendo o total dos desembolsos no âmbito do acordo a DSE 17,04 milhões (cerca de USD 24,4 milhões).

Além disso, o Conselho de Administração aprovou o pedido das autoridades para a prorrogação de um ano do acordo ECF até 9 de julho de 2019 e um alargamento do acesso em DSE 5,68 milhões. A prorrogação e o alargamento ajudarão a ancorar a estabilidade macroeconómica durante o período eleitoral que se avizinha, a apoiar as reformas centradas na mobilização de receitas, a fazer face às lacunas em infraestruturas essenciais e a ajudar a cumprir as necessidades da balança de pagamentos. Isto situará o acesso total da Guiné-Bissau ao abrigo do acordo atual em DSE 22,72 milhões (cerca de USD 32,53 milhões) ou 80% da quota.

O acordo ECF de três anos para a Guiné-Bissau no valor de DSE 17,04 milhões (60% da quota) foi aprovado pelo Conselho de Administração do FMI em 10 de julho de 2015 (ver Comunicado de Imprensa N.º 15/331).

A implementação do programa da quinta avaliação foi positiva. Todos os critérios de desempenho e metas indicativas foram cumpridos, assim como seis indicadores de referência estruturais, tendo um dos dois indicadores de referência restantes sido posteriormente cumprido e estando o outro em curso.

A atividade económica permaneceu robusta. De acordo com as estimativas, o PIB real cresceu cerca de 5,9% em 2017, a inflação dos preços no consumidor situou-se em 1,1%, o défice da balança corrente externa em 0,5% do PIB e o défice orçamental (em base de caixa) em 1,5% do PIB. As perspetivas são, em geral, positivas devendo o crescimento ascender a 5,3% em 2018, embora sujeito a riscos significativos decorrentes do ambiente político ainda frágil e da evolução dos termos de troca adversa.

Na sequência da discussão do Conselho de Administração, o Sr. Tao Zhang, Diretor Geral Adjunto e Presidente Interino, fez a seguinte declaração:

“O crescimento económico robusto, em torno de 6% nos últimos três anos, tem sido apoiado por termos de troca favoráveis e por uma gestão económica melhor. A implementação do programa tem sido vigorosa, com uma notável melhoria dos resultados orçamentais.

“O panorama de modo geral é positivo, com o recente acordo, baseado no consenso, sobre um novo governo, o que permite vislumbrar a perspetiva de maior estabilidade política. Ao mesmo tempo, os ganhos nos termos de troca que sustentaram a expansão económica nos últimos três anos foram parcialmente revertidos, o que impõe novos desafios.

“Será crucial manter uma forte agenda de reformas para continuar a obter resultados melhores. É essencial fortalecer ainda mais a administração tributária e alfandegária para mobilizar as receitas internas necessárias para fazer os gastos prioritários em infraestrutura e na área social. Para além disso, será preciso reforçar os quadros de planeamento e execução para que o aumento dos gastos produza os resultados desejados.

“O avanço contínuo na melhoria das condições para a iniciativa privada será outro fator importante. O impulso ao investimento privado depende da redução efetiva da incerteza regulamentar, do combate à corrupção e ao rent seeking, e do aumento da transparência na administração pública. Superar os problemas de longa data no fornecimento de eletricidade também é essencial e exige uma reforma fundamental da empresa pública de energia.

“O fortalecimento do sistema bancário será crucial para manter a estabilidade do setor financeiro e expandir a intermediação financeira. Se algum banco permanecer subcapitalizado até ao fim de junho (o prazo concedido pela Comissão Bancária), ele deve ser posto imediatamente sob administração temporária, e qualquer intervenção deve ser pautada pelas melhores práticas internacionais, inclusive para evitar distorções no mercado e conflitos de interesses.

“A prorrogação de um ano do acordo ECF e o alargamento do acesso ajudarão a ancorar a estabilidade macroeconómica durante o próximo período eleitoral, apoiar as reformas viradas para a mobilização de receitas e colmatar as brechas na infraestrutura essencial, além de ajudar a suprir as necessidades da balança de pagamentos.”

Tabela 1. Guiné-Bissau: Indicadores Económicos e Financeiros Selecionados1

2015

2016

2017

2018

2019

2020

2021

2022

2023

Proj.

EBS/17/116

Est.

EBS/17/116

Projeções

Projeções

Contas nacionais e preços

PIB real a preços de mercado

6,1

6,3

5,5

5,9

5,0

5,3

5,1

5,0

5,0

5,0

5,0

PIB real per capita

3,8

4,0

3,2

3,6

2,7

3,0

2,9

2,7

2,7

2,7

2,8

Deflator do PIB

12,1

6,1

7,2

5,9

1,6

0,1

2,2

2,4

2,5

2,8

2,8

Índice de preços no consumidor (média anual)

1,5

1,5

2,2

1,1

2,3

2,0

2,2

2,3

2,5

2,6

2,8

Setor externo

Exportações, FOB (com base em valores em USD)

51,8

9,6

24,5

18,7

7,1

4,0

9,5

8,8

8,4

8,5

8,4

Importações, FOB (com base em valores em USD)

-3,5

11,2

30,0

23,1

13,2

15,7

8,7

8,8

8,4

8,5

8,4

Volume de exportações

19,1

-6,9

-8,6

-5,2

5,5

7,0

6,6

5,8

5,2

5,1

4,8

Volume de importações

15,7

14,6

18,6

13,3

10,3

8,2

7,4

7,2

6,6

6,9

6,9

Termos de troca (deterioração = -)

54,4

13,9

28,7

31,2

-0,1

-7,4

2,4

2,4

2,3

2,7

2,9

Taxa de câmbio efetiva real (depreciação = -)

-2,5

1,9

-0,1

Taxa de câmbio (FCFA por USD; média)

591,2

592,8

580,9

Finanças públicas

Receitas internas (excluindo donativos)

29,4

-0,6

8,7

19,1

22,9

16,2

15,7

12,7

11,6

12,2

12,8

Receitas internas (excluindo donativos e extraordinárias)

30,4

5,2

10,0

20,5

22,9

13,7

18,2

12,7

11,6

12,2

12,8

Total da despesa

11,3

0,9

-5,2

6,1

15,7

15,2

12,6

10,8

11,1

11,3

11,2

Despesas correntes

5,0

8,8

-12,2

-3,5

12,3

8,2

16,0

10,9

10,7

12,7

11,9

Despesas de capital

25,5

-14,2

11,7

29,2

22,3

27,7

7,4

10,5

11,8

9,0

9,9

Moeda e crédito

Ativos internos líquidos2

18,2

-2,5

-9,7

6,1

0,6

-0,4

2,0

1,6

1,7

1,9

1,8

Dos quais:

Crédito ao governo

4,6

1,8

-0,5

-2,8

0,0

0,5

0,3

-0,4

-0,3

-0,4

-0,5

Crédito à economia

13,0

2,2

-8,3

-7,7

1,5

1,6

1,7

2,0

2,0

2,2

2,3

Velocidade (PIB/moeda em sentido lato)

2,1

2,1

2,3

2,2

2,3

2,2

2,2

2,2

2,2

2,2

2,3

Investimento e poupança

Investimento bruto

8,1

7,8

8,5

10,5

8,7

12,7

12,8

13,3

13,7

13,8

14,0

Do qual: investimento público

8,0

6,1

6,1

7,0

7,0

8,5

8,5

8,7

9,1

9,1

9,3

Poupança interna bruta

3,4

3,0

2,9

6,2

2,5

6,2

6,9

7,6

8,4

8,8

9,3

Da qual: poupança pública

-0,5

-2,5

0,6

0,6

1,5

1,2

1,3

1,6

1,8

1,8

2,0

Poupança nacional bruta

9,9

9,1

7,8

10,0

6,4

9,4

10,6

11,1

11,6

11,8

12,1

Finanças públicas

Total da receita

13,7

12,1

11,7

12,8

13,5

14,1

15,2

15,9

16,5

17,2

17,9

Despesa primária interna total

15,2

14,1

11,3

12,3

12,8

12,8

14,2

14,9

15,6

16,4

17,2

Saldo primário interno

-1,5

-2,0

0,4

0,5

0,8

1,3

1,0

1,0

0,9

0,8

0,8

Saldo global (base de compromissos)

Incluindo donativos

-3,0

-4,7

-1,7

-1,3

-1,9

-2,5

-2,2

-2,0

-2,1

-2,1

-1,9

Excluindo donativos

-9,4

-8,6

-5,8

-6,7

-5,5

-7,3

-7,2

-7,1

-7,3

-7,4

-7,3

Conta corrente externa

1,9

1,3

0,0

-0,5

-2,3

-3,2

-2,3

-2,2

-2,1

-2,0

-1,8

Excluindo transferências oficiais

1,0

1,2

-0,4

-0,8

-2,3

-3,2

-2,3

-2,2

-2,1

-2,0

-1,8

Stock da dívida do governo central

51,7

53,3

49,2

50,1

48,3

50,3

48,8

47,4

46,0

44,6

43,2

Do qual: dívida externa

15,1

14,7

12,5

12,4

13,0

12,0

12,2

12,8

14,1

15,3

16,1

Por memória:

PIB nominal a preços de mercado (mil milhões de FCFA)

619,7

698,7

780,7

784,0

832,7

826,5

888,6

955,4

1028,5

1110,0

1198,4

Reservas oficiais brutas da UEMOA (mil milhões de USD)

12,4

10,4

13,0

(percentagem de moeda em sentido lado)

43,8

35,0

35,3

Fontes: Autoridades guineenses e estimativas e projeções do corpo técnico do FMI.

1 Excluem o resgate bancário de FCFA 34,2 mil milhões em 2015. Aguarda-se uma decisão final dos tribunais sobre a legalidade destes contratos.

2 Contributo percentual para o crescimento da moeda em sentido lado em percentagem.


Departamento de Comunicação do FMI
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