Navegar com maior incerteza

18 de outubro de 2019

  • Projeta-se que o crescimento na África Subsariana retome de 3,2% em 2019 para 3,6% em 2020 – a um ritmo mais lento do que o previsto em abril de 2019 devido, em parte, a um ambiente mundial mais complexo.
  • Embora as reformas orçamentais devam prosseguir em muitos países para conter as vulnerabilidades da dívida, alguns países têm margem de manobra para uma flexibilização monetária para ajudar a atenuar as perturbações externas.
  • As reformas estruturais para impulsionar o investimento e a competitividade, incluindo através da plena operacionalização da Zona de Comércio Livre Continental Africana (ZCLCA), podem fomentar o crescimento no médio prazo.

Projeta-se que o crescimento na África Subsariana permaneça em 3,2% em 2019 e aumente para 3,6% em 2020.

Esta retoma do crescimento será mais lenta do que o anteriormente previsto devido, em parte, ao ambiente externo mais difícil, afirmou o Fundo Monetário Internacional (FMI) nas suas mais recentes Perspetivas Económicas Regionais para a África Subsariana. Além disso, as perspetivas económicas variam consideravelmente entre países. Embora se projete que o crescimento seja forte nos países não ricos em recursos, situando-se, em média, em cerca de 6%, espera-se que permaneça fraco nos países ricos em recursos, em cerca de 2,5%.

 

“À semelhança das perspetivas mundiais, a região enfrenta riscos em sentido descendente elevados”, afirmou Abebe Aemro Selassie, Diretor do Departamento de África do FMI. “As perturbações externas intensificaram-se, conforme demonstrado pelo acentuado abrandamento do crescimento das exportações. A nível interno, as incerteza de política continuam a conter o investimento nas maiores economias da região. Além disso, embora a carga da dívida média esteja a estabilizar, as elevadas vulnerabilidades da dívida pública e reservas externas baixas continuarão a limitar o espaço de política em vários países.”

 

Neste contexto, Abebe Aemro Selassie referiu uma estratégia tripartida para reduzir os riscos e promover o crescimento sustentado e inclusivo.

 

“Primeiro, o conjunto de políticas de curto prazo tem de ser cuidadosamente calibrado. Muitos países têm de implementar um ajustamento orçamental planeado para abordar as vulnerabilidades da dívida. Por conseguinte, a margem de manobra para apoiar o crescimento à luz das crescentes perturbações externas continua sobretudo no lado da política monetária e restringida aos países onde as pressões inflacionistas estão contidas e o crescimento se situa abaixo do potencial.

 

Segundo, os países devem continuar a criar resiliência, tanto aos choques económicos como aos desastres cada vez mais frequentes relacionados com o clima e aos desafios acrescidos em matéria de segurança. Isto requer a melhoria dos quadros de política macroeconómica, a promoção da diversificação económica e o reforço dos setores financeiros.



Departamento de Comunicação do FMI
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