Diretora-Geral do FMI saúda o plano de ação do G-7 para ajudar o mundo a superar a crise pandêmica
13 de junho de 2021
Washington, 13 de junho de 2021. Kristalina Georgieva, Diretora-Geral do Fundo Monetário Internacional, fez o seguinte pronunciamento ao concluir sua participação virtual na reunião de cúpula dos líderes do G-7:
“Gostaria de agradecer ao Primeiro-Ministro Boris Johnson e às autoridades britânicas por terem preparado para a cúpula do G-7 uma agenda voltada para o futuro e centrada nos desafios mais prementes que o mundo enfrenta na atualidade.
Em primeiro lugar, vencer a pandemia no mundo inteiro. O FMI tem alertado sobre o perigo de trajetórias de recuperação divergentes, e os dados mais recentes não só confirmam que essa tendência como mostram que ela está se agravando. Em conjunto com o Banco Mundial, a OMS e a OMC, o corpo técnico do FMI propôs recentemente um plano de 50 bilhões de dólares para vencer a pandemia, com a imunização de pelo menos 40% da população de todos os países até o fim deste ano e dos demais 60% até meados de 2022.
O elemento mais urgente desse plano é redirecionar as doses excedentes de vacinas das economias avançadas para os países em desenvolvimento. Saúdo o compromisso do G-7 de disponibilizar um bilhão de doses no próximo ano, o que fará uma diferença significativa no combate à pandemia. O próximo passo é garantir que todas as doses sejam efetivamente aplicadas e que a capacidade de produção seja reforçada para fazer face a possíveis riscos descendentes.
Houve progressos nas últimas semanas no tocante ao financiamento do plano. Enfatizamos desde o princípio a importância crítica dos donativos e, segundo nossas estimativas, cerca de um terço dos 35 bilhões de dólares em financiamento na forma de donativos já foi obtido de fontes públicas e privadas. Trata-se de um avanço positivo, mas é preciso perseverar nos esforços para mobilizar o restante dos recursos necessários e garantir uma implementação transparente e bem coordenada. A guerra ainda não foi vencida. É por isso que, juntamente com o Banco Mundial, a OMS, a OMC e outras instituições, estamos montando uma “sala de guerra”: uma força-tarefa para monitorar e acelerar a implementação deste plano.
Em segundo lugar, à medida que o mundo emerge desta crise, precisamos nos manter atentos a suas sequelas e trabalhar para superá-las. Para construir um futuro melhor, será essencial estimular a produtividade e o crescimento, resolver os problemas de sobre-endividamento e fortalecer os quadros de política econômica. As autoridades enfrentarão escolhas difíceis ao retirar gradualmente as medidas de auxílio, e será imprescindível direcionar o apoio às pessoas vulneráveis e empresas viáveis.
A ênfase do G-7 na reconstrução melhor após a pandemia e, sobretudo, o foco no enfrentamento das mudanças climáticas, é fundamental. Saúdo a intenção dos líderes de lançar uma nova iniciativa verde e limpa para catalisar o investimento em infraestruturas verdes, principalmente nos países em desenvolvimento. Em combinação com políticas para estimular o investimento, como a precificação do carbono e a divulgação dos riscos climáticos, um impulso ao investimento verde contribuirá não apenas para abordar a crise climática, mas também para acelerar o crescimento e criar milhões de novos empregos.
Ao enfrentar esses desafios pós-pandemia, as autoridades precisarão mobilizar mais receitas para financiar o investimento em bens públicos melhores para seus cidadãos. Nesse sentido, é animador saber que o G-7 espera chegar a um acordo quanto a um imposto mínimo mundial sobre as empresas durante a reunião de julho dos ministros das finanças e governadores dos bancos centrais do G-20.
Por último, quero expressar minha gratidão pelo apoio do G-7 a uma nova alocação de Direitos Especiais de Saque (DES) do FMI no montante de 650 bilhões de dólares, a maior emissão da história. Além de ajudar a reforçar as reservas mundiais, esta alocação abrirá espaço para realizar as despesas fiscais necessárias para vencer a pandemia e garantir uma recuperação mais sustentável. Os líderes também se mostraram dispostos a ampliar o impacto da alocação, ao canalizar voluntariamente os DES e/ou empréstimos orçamentários para cumprir uma meta global de 100 bilhões de dólares em favor dos países mais vulneráveis. Nos próximos meses, analisarei com nossos países membros as opções para que possamos cumprir essa meta juntos.
Esta reunião de cúpula foi muito consequente. Amparado por um espírito renovado de cooperação internacional, o G-7 está redobrando os esforços para ajudar o mundo a sair desta crise. Posso assegurar que o FMI está fazendo a sua parte.”
Departamento de Comunicação do FMI
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