Corpo técnico do FMI conclui missão no âmbito da primeira avaliação do Acordo de Facilidade de Crédito Alargado para Moçambique

20 de setembro de 2022

Os comunicados de imprensa emitidos no final das missões contêm declarações do corpo técnico do FMI que transmitem conclusões preliminares após uma visita a um país. As opiniões expressas na presente declaração são as do corpo técnico do FMI e não representam necessariamente as opiniões do Conselho de Administração do FMI. Com base nas conclusões preliminares desta missão, o corpo técnico irá elaborar um relatório que, uma vez aprovado pela Direção, será apresentado ao Conselho de Administração do FMI para discussão e decisão.
  • O corpo técnico do FMI e as autoridades moçambicanas chegaram a um acordo sobre as políticas que poderiam favorecer a aprovação por parte do Conselho de Administração da primeira avaliação do programa realizada no âmbito do acordo de Facilidade de Crédito Alargado (ECF na sigla em inglês) e levar ao desembolso de cerca de 63,8 milhões de USD.
  • A recuperação económica de Moçambique continua em curso, com um crescimento superior às expectativas registado no primeiro semestre de 2022 e um aumento do produto de 3,8% projetado para 2022, na sequência de uma campanha de vacinação pública bem-sucedida e de uma recuperação robusta dos serviços, da indústria e da agricultura.
  • O aumento dos preços mundiais dos alimentos e combustíveis representa um desafio. As autoridades estão a tomar medidas para mitigar o seu impacto no custo de vida e fortalecer a recuperação económica.

Washington, DC: Uma equipa técnica do Fundo Monetário Internacional (FMI), liderada por Alvaro Piris, concluiu as discussões com as autoridades moçambicanas, realizadas de 5 a 16 de setembro, sobre a primeira avaliação realizada no âmbito do acordo de Facilidade de Crédito Alargado (ECF).

No final das discussões, o Sr. Piris emitiu a seguinte declaração:

“O corpo técnico do FMI e as autoridades moçambicanas chegaram a um acordo sobre as políticas económicas e financeiras que poderiam favorecer a aprovação da primeira avaliação do programa no âmbito do acordo de ECF. O acordo está sujeito à aprovação do Conselho de Administração do FMI em dezembro de 2022, que permitirá o desembolso de 45,4 milhões de DSE (cerca de 63,8 milhões de USD).”

“A recuperação económica prosseguiu no segundo trimestre. O PIB real cresceu 4,6% (em termos homólogos) no segundo trimestre de 2022, a maior subida desde o terceiro trimestre de 2018, com uma recuperação que se alargou aos serviços, à indústria e à agricultura. O aumento dos preços mundiais das matérias-primas contribuiu para uma recuperação significativa das exportações, mas também levou à subida dos preços dos bens alimentares, dos combustíveis e do transporte. Impulsionada principalmente pela guerra na Ucrânia e pelo aumento dos preços mundiais dos bens alimentares e dos combustíveis, a inflação subiu para 12,1% (em termos homólogos) em agosto, o seu nível mais alto desde setembro de 2017. O Banco de Moçambique reagiu de forma proativa para conter a inflação, elevando a taxa diretora para 15,25% em março, continuando assim o ciclo de aperto monetário iniciado há um ano, enquanto o governo tem tomado ações para mitigar o impacto do aumento dos preços dos combustíveis, em particular nas famílias mais vulneráveis, e anunciou medidas para fortalecer a recuperação e incentivar o desenvolvimento do setor privado.”

“Todos os indicadores de referência estrutural e quantitativa estabelecidos para a primeira avaliação foram cumpridos e foram alcançados bons progressos em reformas estruturais mais amplas. Em termos prospetivos, o ambiente macroeconómico continua desafiante. As autoridades tencionam continuar a implementar a sua ambiciosa agenda de reformas económicas, que inclui a criação de um fundo soberano, a reforma da remuneração do setor público e a alteração da lei de probidade pública.”

“A equipa técnica do FMI reuniu-se com Adriano Maleiane, primeiro-ministro de Moçambique, Max Tonela, ministro da Economia e finanças, Rogerio Zandamela, o governador do Banco de Moçambique, e outros altos funcionários. A missão também contou com a presença de representantes dos parceiros de desenvolvimento, do setor privado e da imprensa.”

“A equipa técnica gostaria de expressar o seu agradecimento às autoridades moçambicanas pela excelente cooperação e pelo diálogo franco e produtivo. A missão deverá regressar a Maputo em março de 2023 para proceder à segunda avaliação.”

Departamento de Comunicação do FMI
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