Reunião do Grupo Consultivo Africano: Declaração do Presidente do Grupo de Governadores Africanos e da Diretora-Geral do FMI
22 de abril de 2025
Washington, DC: Hervé Ndoba, Ministro das Finanças e Orçamento da República Centro-Africana e Presidente do Grupo de Governadores Africanos, e Kristalina Georgieva, Diretora-Geral do Fundo Monetário Internacional (FMI) emitiram a seguinte declaração no final da reunião do Grupo Consultivo Africano[1]:
“Hoje, reunimos os ministros e governadores do Grupo Consultivo Africano para debater o reforço da resiliência económica de África, numa conjuntura crucial para a economia mundial.
Embora o crescimento em África dê mostras de alguma resiliência face a múltiplos choques, as alterações repentinas nas perspetivas mundiais interromperam a dinâmica de crescimento. O crescimento no continente foi revisto em baixa, com uma redução de 0,3 pontos percentuais, situando-se agora em 3,9% para 2025. As ações de política resolutas adotadas para baixar a inflação, estabilizar a dívida pública e reduzir os desequilíbrios externos arriscam-se a ser anuladas por choques futuros. Os riscos para as perspetivas são elevados, num contexto de grande incerteza, e existem diferenças significativas entre países. Com efeito, os Estados frágeis e afetados por conflitos enfrentam desafios particularmente graves.
O Grupo esteve resoluto na sua determinação em assegurar a estabilidade macroeconómica e financeira e, ao mesmo tempo, cumprir os objetivos de desenvolvimento económico. Os esforços de reforma a nível interno devem promovar a sustentabilidade orçamental, especialmente através da mobilização de receita interna e da melhoria da eficiência da despesa. Os bancos centrais devem continuar focados na estabilidade dos preços, relaxando ao mesmo tempo a política monetária para promover o crescimento, nos casos em que a inflação está baixa e dentro da meta. Ao mesmo tempo, a execução de reformas estruturais ambiciosas desbloqueará o crescimento e impulsionará a criação de emprego. A melhoria da integração comercial através do Acordo da Zona de Comércio Livre Continental Africana reforçará a resiliência e atrairá investimento. Para apoiar as reformas, o Grupo salientou também a necessidade de financiamento externo adequado e a preços acessíveis.
Agora, mais do que nunca, o FMI está empenhado em trabalhar com os países membros para os ajudar a enfrentar este contexto económico mundial complexo. A adição de um 25.º lugar no Conselho de Administração para a África Subsariana fortalecerá que os países da região são bem representados.
O FMI continuará ágil, adaptando o seu conjunto de ferramentas, aconselhamento sobre políticas e desenvolvimento de capacidades para dar resposta a desafios emergentes, nomeadamente os causados por choques mais frequentes e pelas transformações profundas decorrentes da digitalização e da inteligência artificial. A prestação de apoio contínuo é também essencial para iniciativas globais como o Quadro Comum do G20 e a Mesa-Redonda Mundial sobre a Dívida Soberana, para assegurar que, se necessário, os países têm acesso a processos de reestruturação da dívida atempados, fiáveis e previsíveis. Aguardamos com expectativa a revisão do quadro de sustentabilidade da dívida para os países de baixo rendimento. A avaliação do desenho e condicionalidade dos programas deverá também assegurar que os programas apoiados pelo FMI são bem concebidos para combater os desequilíbrios macroeconómicos, promovendo ao mesmo tempo o crescimento e a redução da pobreza.
Numa conjuntura macroeconómica e financeira complexa, o FMI manterá o seu papel enquanto conselheiro económico e financeiro de confiança junto dos países membros, e recorrerá ao seu poder de mobilização para encontrar soluções cooperativas para os nossos desafios comuns.”
[1] O Grupo Consultivo Africano é composto pelos governadores do FMI provenientes de um subconjunto de 12 países africanos que pertencem ao Grupo de Governadores Africanos (ministros das Finanças e governadores de bancos centrais de África), bem como por membros da direção do FMI. Foi formado em 2007 para reforçar o diálogo sobre políticas do FMI com o Grupo de Governadores Africanos. O Grupo reúne-se por ocasião das Reuniões de Primavera e a Direção do FMI reúne-se com todos os membros do Grupo de Governadores Africanos durante as Reuniões Anuais.
Departamento de Comunicação do FMI
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