Declaração da Diretora-Geral Adjunta do FMI, Antoinette M. Sayeh, no final da sua visita a Angola

20 de março de 2024

Luanda, Angola: Hoje, em Luanda, Antoinette M. Sayeh, Diretora-Geral Adjunta do Fundo Monetário Internacional (FMI), no final da sua visita a Angola, decorrida entre os dias 18–20 de março, emitiu a seguinte declaração:

“Gostaria de expressar o meu agradecimento a S. Exas. Presidente João Lourenço, José de Lima Massano, Ministro de Estado para a Coordenação Económica, Vera Daves, Ministra das Finanças, Tiago Dias, Governador do Banco Nacional de Angola, e aos demais altos funcionários, por se reunirem com a delegação do FMI e pelo frutífero diálogo. Tive também a oportunidade de me encontrar com representantes da sociedade civil, do setor privado e académico e com destacadas mulheres em cargos de liderança. Trocamos pontos de vista sobre a economia angolana e de como o FMI poderia melhor apoiar a estabilidade macroeconómica e o crescimento inclusivo.

No decurso das discussões, parabenizei as autoridades angolanas pela implementação com sucesso de reformas económicas nas áreas da gestão das finanças públicas, mobilização de receitas, estabilidade financeira e independência do banco central. Estas reformas ajudaram o país a reduzir as vulnerabilidades da dívida, a melhorar o ambiente de negócios e permitiram a retoma do crescimento.

Apesar das contrariedades registradas em 2023, devido a queda dos preços do petróleo, o enfraquecimento da produção  petrolífera e o fim da moratória da dívida, as  reformas vieram fortalecer a capacidade de Angola para se adaptar a estes choques. As medidas iniciais de prudência orçamental e o ajustamento da taxa de câmbio, em 2023, ajudaram a conter o impacto destes desenvolvimentos adversos e a evitar um crescimento mais acentuado da dívida.

Em termos prospetivos, consideramos que este ritmo reformista deve continuar, quer para reduzir as vulnerabilidades da dívida, quer para diversificar a economia. Refiro-me, nomeadamente, à redução da dívida pública para níveis sustentáveis, por via da mobilização de receitas internas e da melhoria da qualidade da despesa, sobretudo em áreas sociais, como a saúde, a educação e programas de proteção social específicos.

O FMI congratula-se ainda com as medidas recentemente implementadas pelo Banco Nacional de Angola, com vista a tornar a política monetária mais restritiva para combater as pressões inflacionistas, e com o seu contínuo esforço para garantir a flexibilidade das taxas de câmbio, fortalecendo ainda mais a estabilidade financeira.

Por fim, registei com satisfação o comprometimento  das autoridades na implementação resoluta do Plano de Desenvolvimento Nacional, que visa diversificar o crescimento económico. Aqui se incluem investimentos na formação e educação, a redução das disparidades de género, o aumento do acesso ao financiamento, o reforço da resiliência climática e esforços sustentados para melhoria da governança.

 

A minha visita a Angola foi imensamente enriquecedora. Aprendi muito com esta visita e estou profundamente grata à hospitalidade angolana. O FMI mantém firme o seu compromisso de apoiar os esforços de Angola no fomento da estabilidade macroeconómica e crescimento inclusivo. Angola tem um enorme potencial e, se o atual ritmo reformista se mantiver, estou confiante de que o futuro do país será promissor.”

 

 

Departamento de Comunicação do FMI
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